O teletrabalho com os filhos e com a família confinada é mais uma tortura que os pais têm de realizar diariamente porque têm de apresentar trabalho, para verem garantido o seu ordenado e a estabilidade possível das famílias.

Não faz sentido nenhum a tutela ter a coragem de pedir que cada um de nós realize a partir de suas casas, trabalho, continuidade de processo escolar, harmonia familiar, consciência social, quando estamos muitas vezes em condições psicológicas, sociais profissionais, bastante vulneráveis e ainda temos de ter a obrigatoriedade de apresentarmos os trabalhos diários dos nossos filhos a professores que foram obrigados a reinventar-se em um mês para que as crianças uma vez mais tenham de ser os sacrificados de uma conjuntura criada pela sociedade em que vivemos.

É desumano termos de garantir o bem estar da nossa família tentando minimizar todos os problemas inerentes ao aparecimento deste vírus e ainda termos de ter crianças dependentes obrigadas a estar oito horas à frente de um computador a cumprir tarefas estruturadas e monitorizadas por professores e empresas que dominam as plataformas escolares, e ainda não existir uma consciência de que todos este esforço está a criar nas famílias uma exaustão, distanciamento emocional, problemas de sono, aumento de vícios, perda de eficiência no papel de mãe e pai.

Sinais de que o burnout parental está instalado. Os pais esgotados em casa não significam profissionais capacitados para realizar um trabalho de qualidade. É importante partilhar emoções, dividir tarefas, ter tempo para fazer o que se gosta e não estarmos o dia todo com tarefas e exigências intermináveis.

A minha sugestão para uma maior harmonia familiar, para evitarmos um quadro de rutura ou burnout parental, é desenvolvida dentro de uma atitude bastante flexível na relação diária com os filhos e de menor exigência para consigo próprios. Nestes momentos de adversidade temos de ser extraordinariamente criativos e muito menos perfecionistas.

Temos de saber ouvir todos os elementos e intervenientes no processo familiar e ter uma escuta ativa quando temos as crianças a falar sobre o seu dia a dia. O diálogo familiar é uma atitude bastante criativa para que todos consigam introduzir a sua visão estratégica, num planeamento que se quer equilibrado, feito por todos e onde todos possam contribuir e ter responsabilidades.

O plano familiar deve responder a uma rotina diária e que contemple momentos de trabalho individual, coletivo e de lazer, para haver tempo para podermos desenvolver as obrigações individuais diárias, tempo para realização de tarefas familiares conjuntas e momentos para brincar e descontrair em família.


Mario Fortes

Mario Fortes

Neste momento tenho um projeto intitulado KidsTalentum onde brinco e trabalho competências sociais e emocionais com crianças, na natureza. Tenho programas de investigação com Recursos Humanos, sou investigador de Pós Doutoramento na ARDITI, e Professor Coordenador convidado na Universidade da Madeira.

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