Nos dias atuais a afetividade é cada vez mais esquecida e poucas vezes faz parte do cotidiano familiar e escolar. Os pais, em muitos casos não têm tempo e vontade de transmitir aos seus filhos a importância das relações humanas, do afeto e do amor. Quando nos deparamos com uma criança agressiva, com desinteresse social e alheada do processo de ensino aprendizagem, na grande maioria dos casos, pertence a uma família desestruturada ou despreocupada com a sua educação, afinal, o afeto é a base para que uma criança desenvolva sentimentos como o amor, a compreensão e a solidariedade, que são essenciais para uma boa convivência nos grupos onde se insere.

A afetividade está diretamente ligada às emoções, por isso pode determinar a maneira como as crianças vêm as situações e como se manifestam a seu respeito. Desde a infância, a autoestima é alicerçada pela afetividade, pois uma criança que recebe afeto desenvolve-se com muito mais segurança e determinação. A base para a construção da personalidade de um indivíduo está na família. É nela que se busca encontrar referências, carinho e proteção. Nada pode substituir o amor e a atenção familiar. O vínculo afetivo é muito mais intenso do que em outros casos. Um indivíduo pode até encontrar alternativas que amenizam a carência provocada pela ausência de uma família, mas certamente não a substituirá. Não nos podemos esquecer que atualmente, muitas famílias estão desestruturadas, que muitos pais esquecem a sua responsabilidade de dar amor e educar os filhos que geraram, porque a sociedade em que vivemos cobra muito tempo aos adultos e a tendência para o valor material está muito enraizada nesta sociedade do século XXI. Tiba (2002) defende que atualmente as crianças tendem a ir para a escola cada vez mais cedo, devido ao fato dos seus pais trabalharem fora, e essa inserção precoce na sociedade acaba por fazer com que a criança confunda os limites entre a família e a escola. Embora o papel da escola seja importante na formação de um indivíduo, a família tem que andar junto com a escola, procurar acompanhar todos os processos pelos quais seus filhos venham a passar, prestar mais atenção às suas necessidades e dificuldades. Chalita (2004) fala sobre a essencialidade da família para que uma criança ganhe confiança e se possa sentir valorizada e assistida. Mas refere que do outro lado, há o grupo imenso que não dispõe desses cuidados todos. São os chamados excluídos. Que triste é essa constatação: um mundo de incluídos e de excluídos. Alguns são criados numa redoma de vidro, separados de tudo que possa vir a contaminá-los, e outros, são lançados à própria sorte. Diante disso, a responsabilidade que seria da família, muitas vezes é deixada a cargo da escola. Alguns pais acabam por esquecer a importância do afeto e da atenção, e acreditam que a escola educará seus filhos sozinha.

O carinho, o diálogo a presença diária dos pais são fatores decisores para que as crianças adquiram valores, códigos de conduta e caminhos estruturantes para o presente e futuro e que evitem situações e caminho desviantes.

É importante que os pais assumam os seus papéis de educadores e sejam participantes ativos na construção da personalidade de seus filhos, sabendo dar limites, dizer não quando necessário e corrigindo se for preciso, mas sem esquecer que o amor é a base de tudo.

Qual será a receita para a família ideal? A família dos meus sonhos não é perfeita. Não tem pais infalíveis, nem filhos que não causam frustrações. É aquela em que pais e filhos têm coragem de dizer um para o outro: Eu Amo-te, eu errei, desculpa, obrigado, onde haja opiniões diferentes e aceites por todos, onde todos tenham um papel fundamental na construção de um projeto familiar plural. Os pais precisam incessantemente demonstrar aos filhos que são importantes através de atos de carinho e amor. Um gesto de amor vindo dos pais é um grande estímulo para que os filhos se sintam seguros e felizes.

Os pais deveriam ter uma relação mais assertiva com as suas prioridades programarem melhor o seu dia a dia, não serem tão egocêntricos, para não perderem os melhores momentos da sua vida e da vida dos seus filhos. Perguntem às crianças o que é mais importante para elas e vão ver a resposta.


Mario Fortes

Mario Fortes

Neste momento tenho um projeto intitulado KidsTalentum onde brinco e trabalho competências sociais e emocionais com crianças, na natureza. Tenho programas de investigação com Recursos Humanos, sou investigador de Pós Doutoramento na ARDITI, e Professor Coordenador convidado na Universidade da Madeira.

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